O velho ditado diz: mãe é tudo igual, porém quando o assunto é saúde, as diferenças são bem mais difíceis de comparar e igualar. Isto porque o metabolismo age de forma desigual nas diferentes faixas etárias.
Em homenagem ao Dia das Mães, a PhD em nutrição e coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita, doutora Andrea Dario Frias, dá dicas especiais para cada fase da vida da mulher.
Até 25 anos
Na fase adulta a mulher se depara com a menstruação, uma etapa em que os hormônios que interagem com o período menstrual são os responsáveis por regular o comando cerebral da fome e até do humor. “As variações de humor, apetite e libido fazem com que a mulher se sinta numa verdadeira montanharrussa, por isso uma alimentação que entre de acordo com essas variações e que ainda tenha baixa caloria é o ideal para esse período”, explica. Uma alimentação balanceada, que respeite o ciclo menstrual é capaz até de corrigir as turbulências hormonais.
O consumo de fibras da aveia, soja, germe de trigo, castanha de caju, gergelim, saladas, legumes e frutas facilitam a digestão, melhoram o funcionamento do intestino e ainda auxiliam na inibição do apetite. “As fibras são ótimas alternativas para amenizar o inchaço típico desses dias e os chás verde, branco, vermelho e amarelo extraídos das folhas da Camellia Sinensis são também ótimas opções para a ocasião, pois possuem efeito diurético”, acrescenta a doutora.
A partir dos 30 anos
Nessa fase a produção de colágeno, que representa 25% de toda proteína do organismo humano, começa a diminuir. Com a chegada da maturidade a deficiência de colágeno começa a ser notada com a diminuição da elasticidade da pele, o aparecimento de rugas e o aumento da fragilidade articular e óssea. Mais uma vez, por meio de uma alimentação equilibrada, é possível repor essa perda. “Os alimentos de origem animal como carnes vermelhas são excelentes fontes de proteínas e colágeno”, diz a especialista.
Aliado à alimentação é importante também iniciar o consumo de suplementos a base de colágeno. Estudos conduzidos em conceituadas instituições de pesquisa mostram que o uso do colágeno hidrolisado, que é extraído industrialmente dos ossos, peles e tendões de animais, é capaz de estimular a produção do colágeno natural. “A utilização de suplementos contendo de 8 a 10g de colágeno hidrolisado por dia é capaz de melhorar a elasticidade e hidratação da pele, além de dar força para as articulações”, conclui.
A partir dos 45 anos
Um período muitas vezes traumático na vida da mulher é a menopausa. Esse processo significa muitas mudanças hormonais para o organismo e para a vida. Para algumas mulheres ela acontece sem sintomas, mas na maior parte das vezes a reclamação universal são as ondas de calor, perda da libido e alteração de humor.
Para aquelas que não podem ou não querem realizar nenhum tratamento hormonal para minimizar esses sintomas a alimentação equilibrada e o consumo de soja também são fortes aliados.
Um exemplo de alimento que pode ajudar nessa fase é o Previnaâ, que já se encontra disponível no mercado e teve eficácia comprovada em estudo clínico realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Desenvolvido por uma equipe de especialistas em nutrição do Centro de Pesquisa Sanavita, o alimento reúne em uma única porção de 15g as concentrações ideais de substâncias que trazem benefícios às mulhere s nessa fase, ou seja, 10 gramas de proteínas de soja e cerca de 45mg de isoflavonas. Além disso, uma porção do alimento atende 50% das necessidades diárias de cálcio e vitamina D.
“A soja, além de ser um alimento de excelente valor nutricional e possuir proteínas que ajudam no controle do colesterol, é rica em isoflavonas que apresentam uma estrutura química semelhante ao estradiol (o principal hormônio estrogênico da mulher e que entra em baixa durante a menopausa). Por isso, as isoflavonas atuam sobre os receptores de estrogênio espalhados no corpo da mulher, trazendo alívio para alguns sintomas, especialmente as ondas de calor”, explica a PhD em nutrição.
Já o enriquecimento do alimento com cálcio e vitamina D teve como objetivo promover um maior consumo desses micronutrientes tão importantes nessa fase da vida da mulher. “Durante a menopausa a mulher fica mais exposta à perda de massa óssea devido à deficiência de estrogênio e por isso a suplementação de cálcio e vitamina D é necessária e indicada”, finaliza.
Por todos esses motivos, a alimentação adequada ajuda e muito a manter um equilíbrio corporal e saúde. Para complementar, doutora Andrea Dario Frias dá cinco dicas preciosas para as mamães:
1. Mantenha um Peso Adequado: A partir dos 40 anos, o metabolismo da mulher fica mais lento e as necessidades calóricas diminuem em média 2% ao ano. Para mulheres com idade entre 23-50 anos, recomenda-se uma ingestão média de 2.000-2.200 calorias, enquanto que para as que já passaram dos 50 anos, a ingestão média diária diminui para 1.600-1.800 calorias. Nessa idade, um excesso de 200 calorias/dia pode resultar num aumento de 10kg de peso/ano. Por isso, faça uma alimentação equilibrada, fracionada (não fique em jejum) e pratique uma atividade física regular.
2. Elimine Celulite: Diminua o consumo de sal que causa retenção de líquidos e edemas, e de alimentos gordurosos e frituras. Reduza o consumo de bebidas alcoólicas, cafeinadas e refrigerantes que diminuem o calibre das artérias, dificultando a circulação; aumente o consumo de fibras, água e chás.
3. Coma Soja: A soja é um alimento de excelente valor nutricional, e dentre os alimentos de origem vegetal, é o que possui melhor teor protéico e a qualidade de sua proteína é comparada à proteína da carne. Estudos mostram que com o consumo de soja, é possível reduzir o risco ou prevenir doenças como as cardiovasculares, osteoporose, certos tipos de câncer como de mama, além de amenizar os sintomas da menopausa, principalmente as ondas de calor.
4. Reponha o Colágeno: Atualmente existem no mercado vários alimentos enriquecidos com essa proteína que proporciona sustentação às células, mantendo-as unidas. Sua deficiência é notada quando entramos na fase da maturidade (aos 50 anos, o corpo só produz em média 35% do colágeno necessário), com a diminuição da elasticidade da pele, o aparecimento de rugas e o aumento da fragilidade articular e óssea. Estudos mostram que o uso diário de colágeno hidrolisado extraído industrialmente dos ossos, peles e tendões de animais não tem contraindicação, não engorda e estimula a produção do colágeno natural, que perdemos com o passar do tempo. Consuma pelo menos 8g/dia do colágeno hidrolisado em pó.
5. Beba Chás derivados da Camellia sinensis: O chá verde, branco, amarelo e vermelho são ricos em polifenóis, substâncias com forte ação antioxidante. Os estudos mostram que essas substâncias são capazes de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, como o de mama, por exemplo. Além disso, as pesquisas estão mostrando que o consumo regular desses chás aumenta o gasto energético e a oxidação de gordura, ajudando no processo de emagrecimento.
Doutora Andrea Dario Frias é coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita, PhD em nutrição pela ESALQ – USP e atua na pesquisa e desenvolvimento de alimentos especiais e funcionais, possuindo vários trabalhos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais.